A representação
“(...) Caprichosos no amanho das magras leiras, pequena fortuna de grandes sonhos, de onde à força de coragem e afincado trabalho, saíam as primeiras novidades do ano que a terra dava, e eram os mimos que abasteciam a praça (mercado) da vila, onde chegavam manhã cedo, carregados nos ceirões dos burros, ou em cestos de vime transportados à cabeça das mulheres, mais por vaidade de mostrarem os louvores arrancados à aridez do seu modesto torrão com o suor virtuoso dos seus braços”.
“(...) Caprichosos no amanho das magras leiras, pequena fortuna de grandes sonhos, de onde à força de coragem e afincado trabalho, saíam as primeiras novidades do ano que a terra dava, e eram os mimos que abasteciam a praça (mercado) da vila, onde chegavam manhã cedo, carregados nos ceirões dos burros, ou em cestos de vime transportados à cabeça das mulheres, mais por vaidade de mostrarem os louvores arrancados à aridez do seu modesto torrão com o suor virtuoso dos seus braços”.
Retratam-se sumariamente neste parágrafo de “Memorial”, escrito por Sebastião Mateus Arenque, as gentes dos Casais de Azambuja. Povo ligado à terra e que à terra deu a força dos braços para desbravar montes e vales, um rincão prometido. A representação etnográfica do Grupo Tradicional “Os Casaleiros assenta nos costumes – no trabalho e na festa – desse povo para quem a vida foi madrasta. Do cavador aos diversos trabalhos da vinha (enxertador, podador, vindimadores) ao valador, ao malhador, às mondadeiras, aos varejadores e ás apanhadeiras de azeitona, são, enfim, pedaços de uma etnografia rica e muito própria. O ‘espelho’ dessa vivência, recuada um século, é-nos colocado à frente em cada apresentação dos “Casaleiros”. Prova-se isso mesmo pela reportagem fotográfica que registámos e que aqui deixamos.
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