domingo, 30 de março de 2008

Jornal Folclore / Abril 2008 – Editorial : Missas “Folclóricas”

Vêm aí os Festivais e com eles o acto litúrgico que quase sempre se incluiu no respectivo programa da realização: uma celebração da religiosidade popular.

Convencionou-se então cognominar o acto religioso de “missa folclórica”. O criador de tão singular denominação, porventura mereceria ser laureado pela insólita descoberta do rótulo com que apelidou a acto. O defeito português logo levou à imitação, e as cópias da notável designação surgiram na maioria dos Festivais.

Não se sabe por que carga de água a designação foi engendrada, e de alguma forma quase idolatrada. Certo é o erro da nomeação do acto em si. “Folclórica” porque se integra numa actividade folclórica? Então o erro é ainda maior. Folclórica porque integra grupos de folclore entoando cânticos religiosos? Nem assim o acto fica merecedor da referência.

A missa é apenas um facto religioso que não deve ser confundido com religiosidade popular e a ligação do povo à Igreja e aos variados actos religiosos. Sabemos quão ricos são muitos temas do nosso folclore que foram criados à sombra da Igreja, como a beleza melódica e poética de variadíssimos cânticos à Divindade cristã. Mas isso é uma outra parte do folclore.

Ainda que na missa se integrem cânticos da religiosidade popular, não devemos por isso dizer que a liturgia seja folclórica.





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