segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Fevereiro 2008 - Editorial : A apatia

Um inquérito realizado no Algarve junto da população estudantil concluiu-se por uma preocupante apatia da camada jovem ao folclore. O entendimento dos jovens sobre a vertente cultural é praticamente nulo, enquanto a receptividade à dança folclórica é vã. Por isso, afirmam “não participar nem apreciar este tipo de dança”. A análise dos resultados revelou ainda um desconhecimento considerável face à dança folclórica tradicional por parte dos estudantes, que revelaram “gostar pouco, ou mesmo muito pouco deste tipo de dança, além de não assistirem com frequência a espectáculos de dança folclórica”.

A imagem caricata e ridícula que subsiste do Folclore estará – uma vez mais – associada à insensibilidade e ao desapego de boa parte da juventude a esta vertente cultural. A pedagogia tarda e o desempenho não melhora o conteúdo. As más representações proliferam, com amostras quase sempre grotescas, sem atracção nem encanto, sem motivo nem interesse.

Os bons projectos são uma escassa minoria num universo abissal de representações tidas como tradicionais. Passeiam-se quase “embaraçados” por entre tantas outras formações desadaptadas da sua realidade tradicional / regional. O seu lugar passa a secundário e sempre despercebido, porque o desempenho não foi espectacular, aparatoso e pitoresco!

A informação do conhecimento tarda. Logo na escola. A pedagogia da cultura é como que uma prelecção ilegal numa aula que seria também de formação.

Enquanto isso, centenas chafurdam na poça, imperturbados perante a irresponsabilidade da representação. Com a culpa dos organismos e instituições com obrigação de regular e fazer disciplinar o movimento.





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