segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Novembro 2007 - Editorial : A dependência dos subsídios

É por demais evidente a indispensabilidade dos apoios financeiros à actividade das associações, sejam elas de que índole for – recreativas, culturais, desportivas, ou outras. As ajudas particulares mais que nunca escasseiam e os mecenas habituais cansam de continuamente patrocinarem as iniciativas, ou tão só a actividade da associação, que ao longo de anos vêm protegendo com as suas dádivas. A atribuição de subsídios pelas entidades locais, nomeadamente as autárquicas, é um dever consagrado na Lei. Que nem sempre é tido em conta pelos respectivos orçamentos autárquicos.

Começa a levantar-se um problema que aflige o movimento associativo: o términos da subsídio-dependência, um álibi para aliviarem os orçamentos. O efeito “apoio social”, que se entende como motivo fundamental da atribuição das ajudas económicas às associações e colectividades – que têm a finalidade de promover o convívio entre as comunidades – perde-se em favor de outras vertentes, para onde serão depois canalizadas as verbas que a cultura e a recreação social não receberá.

O movimento folclórico está a perder receitas com uma quase completa ausência de remunerações pelas actuações, que em tempos passados constituía boa fonte de rendimento, o que proporcionava um saldo de caixa muito animador, e algum desafogo financeiro, que depois era utilizado na compra ou benefício do património.

O grave problema, que uma vez mais trazemos a estas páginas (pag.3) exige alguma ponderação. Se a ameaça vier a ser cumprida, não haverá outro remédio a muitos grupos de folclore que terminarem a actividade, na falta de outras receitas. E, convenhamos, o desaparecimento de alguns prestigiados projectos contribuirá para que a cultura popular fique mais pobre. E o movimento folclórico – aquele que consideramos judicioso e sensato – começa a definhar perante o desânimo.


Manuel João Barbosa
jornalfolclore@gmail.com
www.jornalfolclore.blogspot.com



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