Debate Nacional sobre Folclore reuniu em Santarém folcloristas e estudiosos
“Vamos discutir sem peias os problemas do folclore nacional”. O desafio foi lançado por Lopes Pires, de Viseu, no início do debate nacional sobre Folclore, organizado pelo nosso Jornal e levado a cabo no dia 17 de Novembro. Diversas personalidades afectas ás questões da cultura popular tradicional e muitas dezenas de folcloristas, vieram de todo o país, incluindo os Açores, à procura de ideias e normas conceptuais que possam ajudar na área da representação folclórica, desenvolvida na acção dos grupos de folclore.
O antropólogo Aurélio Lopes deu a deixa: vamos procurar encontrar ideias e conceitos que, de uma forma operativa, possam ajudar a separar as águas dentro da representação folclórica do país”. E deixou a proposta: “até que ponto podemos considerar como folclore a essência daquilo que era a usualidade local? O que se pode recolher corresponde ou não a folclore? Os folcloristas devem levar daqui linhas orientadoras que venham a valorizar a representação folclórica”. Nelson Ferrão, sociólogo, apresentou um conjunto de definições e orientações, com vista “a revitalizar o movimento folclórico”, apresentando um conjunto de linhas conceptuais de folclore. Logo o debate se iniciou, com a assembleia a pôr na mesa questões e dúvidas. E muitas foram as intervenções que ao longo do dia fizeram ouvir vozes ideias sobre as vertentes ‘cultura tradicional - folclore - etnografia’. Foram naturalmente defendidos intransigentemente os valores culturais tradicionais, “um assunto sério que não pode continuar à mercê de pessoas que se servem do conceito ‘folclore’ para ridicularizar situações de desagrado, e que são tão usuais nos meios politiqueiros da nossa praça”, referiu o Insp. Lopes Pires, que lançou ainda um apelo: “há necessidade de nos pormos de acordo, sem darmos a ideia de que nós próprios não nos entendemos uns com os outros. É fundamental definirmos o que à folclore e como se deve representá-lo”.
A formulação do “conceito”
Os mais de quarenta especialistas, convidados como representantes institucionais ou a título pessoal debateram durante todo o dia as diversas perspectivas em presença, tanto teóricas como de implicação prática, tanto históricas como situacionais, daí emergindo importantes conclusões conceptuais que se espera venham a constituir inestimável instrumento operativo para os agrupamentos de todo o país.
De salientar, especialmente, a formulação do tão esperado “conceito de Folclore” que constitui, indubitavelmente o mais importante passo dado no sentido da necessária uniformização conceptual desta área da cultura tradicional.
Assim, após animado debate e tentativas de síntese propostas pela mesa (e exigíveis pela clareza pretendida), aceitou-se como versão redactorial final que: “Folclore deverá ser entendido como expressão da cultura tradicional”.
Também o conceito complementar de “Tradicional” mereceu alargado consenso (embora não necessariamente pacífico) considerando-se como tal, “vivências, comportamentos, usos e valores, que qualquer grupo social, relevante culturalmente, utilizou ou foi portador, durante o tempo suficiente para lhes impor uma marca local, independentemente da sua origem e natureza particular”.
Paralelamente o conceito de “Etnografia” foi tacitamente aceite como correspondendo, “a uma prática de pesquisa, caracterizada pela descrição, muitas vezes pormenorizada, dos aspectos mais relevantes dos padrões culturais, na sua forma, utilização e funcionalidades respectivas”.
Assim responsáveis, directores e folcloristas de todo o país, venham a assumir estes pressupostos como mecanismos instrumentais à sua disposição, susceptíveis de introduzir alguma ordem conceptual onde tem imperado o aleatório, alguma objectividade onde tem dominado a subjectividade, alguma cientificidade onde tem proliferado o empirismo, alguma assunção de interesses globais onde têm preponderado, excessivamente, os interesses individuais e de grupo.
“Vamos discutir sem peias os problemas do folclore nacional”. O desafio foi lançado por Lopes Pires, de Viseu, no início do debate nacional sobre Folclore, organizado pelo nosso Jornal e levado a cabo no dia 17 de Novembro. Diversas personalidades afectas ás questões da cultura popular tradicional e muitas dezenas de folcloristas, vieram de todo o país, incluindo os Açores, à procura de ideias e normas conceptuais que possam ajudar na área da representação folclórica, desenvolvida na acção dos grupos de folclore.
O antropólogo Aurélio Lopes deu a deixa: vamos procurar encontrar ideias e conceitos que, de uma forma operativa, possam ajudar a separar as águas dentro da representação folclórica do país”. E deixou a proposta: “até que ponto podemos considerar como folclore a essência daquilo que era a usualidade local? O que se pode recolher corresponde ou não a folclore? Os folcloristas devem levar daqui linhas orientadoras que venham a valorizar a representação folclórica”. Nelson Ferrão, sociólogo, apresentou um conjunto de definições e orientações, com vista “a revitalizar o movimento folclórico”, apresentando um conjunto de linhas conceptuais de folclore. Logo o debate se iniciou, com a assembleia a pôr na mesa questões e dúvidas. E muitas foram as intervenções que ao longo do dia fizeram ouvir vozes ideias sobre as vertentes ‘cultura tradicional - folclore - etnografia’. Foram naturalmente defendidos intransigentemente os valores culturais tradicionais, “um assunto sério que não pode continuar à mercê de pessoas que se servem do conceito ‘folclore’ para ridicularizar situações de desagrado, e que são tão usuais nos meios politiqueiros da nossa praça”, referiu o Insp. Lopes Pires, que lançou ainda um apelo: “há necessidade de nos pormos de acordo, sem darmos a ideia de que nós próprios não nos entendemos uns com os outros. É fundamental definirmos o que à folclore e como se deve representá-lo”.
A formulação do “conceito”
Os mais de quarenta especialistas, convidados como representantes institucionais ou a título pessoal debateram durante todo o dia as diversas perspectivas em presença, tanto teóricas como de implicação prática, tanto históricas como situacionais, daí emergindo importantes conclusões conceptuais que se espera venham a constituir inestimável instrumento operativo para os agrupamentos de todo o país.
De salientar, especialmente, a formulação do tão esperado “conceito de Folclore” que constitui, indubitavelmente o mais importante passo dado no sentido da necessária uniformização conceptual desta área da cultura tradicional.
Assim, após animado debate e tentativas de síntese propostas pela mesa (e exigíveis pela clareza pretendida), aceitou-se como versão redactorial final que: “Folclore deverá ser entendido como expressão da cultura tradicional”.
Também o conceito complementar de “Tradicional” mereceu alargado consenso (embora não necessariamente pacífico) considerando-se como tal, “vivências, comportamentos, usos e valores, que qualquer grupo social, relevante culturalmente, utilizou ou foi portador, durante o tempo suficiente para lhes impor uma marca local, independentemente da sua origem e natureza particular”.
Paralelamente o conceito de “Etnografia” foi tacitamente aceite como correspondendo, “a uma prática de pesquisa, caracterizada pela descrição, muitas vezes pormenorizada, dos aspectos mais relevantes dos padrões culturais, na sua forma, utilização e funcionalidades respectivas”.
Assim responsáveis, directores e folcloristas de todo o país, venham a assumir estes pressupostos como mecanismos instrumentais à sua disposição, susceptíveis de introduzir alguma ordem conceptual onde tem imperado o aleatório, alguma objectividade onde tem dominado a subjectividade, alguma cientificidade onde tem proliferado o empirismo, alguma assunção de interesses globais onde têm preponderado, excessivamente, os interesses individuais e de grupo.
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