quinta-feira, 31 de maio de 2007

Junho 2007 - Editorial : Os artistas artesãos


O trabalho que trazemos à página 3 desta edição traduz bem alguma insensibilidade do movimento folclórico localizado na região em foco (Vila Franca de Xira), certo que há uma alguma apatia por tão nobre arte de moldar a música de cariz tradicional ao jeito dos rudimentares instrumentos musicais, que se tornaram corriqueiros entre a populaça de épocas recuadas, nos momentos de descanso ou diversão. Hoje são apenas memória.

É dever e obrigação de qualquer grupo de folclore que se preze dum trabalho sério e acautelado de representação dos valores culturais do passado, a preservação e divulgação dos instrumentos musicais que constituíram contentamento popular nas folias de então – nas animações domingueiras no terreiro da aldeia, nas romarias, nos bailaricos, na casa da brincadeira ou tão simplesmente serviram de instrumento de companhia na guarda do gado, nos longos serões de Inverno, nos entretenimentos de taberna.

Caber por sorte a uma região a presença de um artesão com múltiplas capacidades no fabrico dos mais variados instrumentos musicais – de fole, sopro ou cordas – é ventura de que não usufrui a esmagadora maioria das regiões do País.

“Há grupos que não querem caminhar pela via do devidamente correcto; optam pela festa e o barulho dos acordeões, mesmo que isso lhes custe os olhos da cara”, diz com alguma amargura o artesão, fundamentando: “Vejo em certos grupos o uso de instrumentos musicais que nada têm a ver com o meio onde esses grupos se inserem, porque a sua música tradicional, de raiz folclórica, nunca conheceu esses instrumentos”.

Mais palavras para quê?

O Director


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