quinta-feira, 31 de maio de 2007

Junho 2007 - Destaques : Artesão de instrumentos musicais tradicionais


Inocêncio Casquinha: mãos que fazem música

Sensibilidade, técnica e muito jeito são predicados de Inocêncio Casquinha, o artesão que arquitecta singulares instrumentos musicais que reproduzem os originais toques que animavam as festas populares nos bailaricos das aldeias, nos divertimentos de ocasião ou tão só como um acessório de companhia aquando da pastorícia nas veigas ou serranias. Dos mais primários materiais constrói flautas, pífaros e ocarinas, cartaxos, recos e rouxinóis d’água, aerofones, cordofones, ideofones, membranofones ou os mais variados instrumentos de palheta. A música explode como se de sofisticados instrumentos de tratasse.

Um canivete e um tão insignificante pedaço de cana garantem a Inocêncio Casquinha sons e toques que deliciam o ouvido e deleitam o espírito. O artesão dá largas à sua criatividade e paixão musical, construindo com talento e arte tão rudimentares instrumentos musicais, que uma extremada sensibilidade faz afinar num turbilhão de notas cadenciadas das melodias que o povo celebrizou com o mesmo sentimento e intuição. Ao tradicional-popular o construtor dedica especial aptidão, trazendo à lembrança os sons que menino e moço ouviu nos campos que calcorreou, nas tabernas ou nas festarolas da sua aldeia. Modas de roda, bailaricos e verde-gaios. “Em pequeno, como quase todos os rapazes do mundo rural entretinha-me a fazer brinquedos e criava objectos que tocassem. Depois comecei a fazer gaitas, que naturalmente nos divertiam”, recorda.

Enquanto animador cultural da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Inocêncio Casquinha espalha a sua arte em sessões de cultura e sabedoria popular, organizadas pela autarquia, e que leva a outras regiões do País, chegando a estar também na Ilha de S. Jorge, nos Açores. A receptividade pelas camadas mais jovens aos instrumentos populares deixa-o entusiasmado: “Um dia fui convidado por uma escola do concelho do Cartaxo a fazer duas sessões sobre a música e instrumentos populares e acabei por dar seis aulas; o motivo foi um invulgar entusiasmo dos alunos”. O seu trabalho mostra-se com assiduidade na Feira de Artesanato de Lagoa (Fatacil), onde estará uma vez mais em Agosto próximo, como na FIL, em Lisboa e na Feira de Artesanato de Vila do Conde.

É numa pequena garagem que exterioriza o que lhe vai na alma, sequenciando o fabrico de instrumentos consoante determina o seu estado de espírito.

[…]


2 comentários:

  1. Bom dia!!
    seria possivel colocar um link só para os festivais de folclore??
    Com os melhores cumprimentos,
    rafael Patricio

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  2. Estimado leitor,

    A secção "Festivais" passará a ser integralmente publicada na edição online para deste modo informar o mundo cibernauta das realizações do movimento folclórico nacional, no que respeita aos Festivais anuais de Folclore.

    Foi assim satisfeita a sua sugestão, que agradecemos.

    Manuel João Barbosa – Director
    jornalfolclore@gmail.com
    www.jornalfolclore.blogspot.com

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