sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Jornal Folclore / Setembro 2008 – Editorial : O respeito pelo traje

Decorria o Festival. Um elemento masculino, num rodopio da dança, deixa cair-lhe a cinta (ou faixa). Sai da roda de dança e num gesto de raiva, enrola a peça e irado atira-a ao chão. A cena decorreu precisamente na parte frontal do palco. Para natural espanto da plateia, que decerto classificou o desespero do bailador como um acto reprovável e indecoroso.

Já o temos dito que não virá mal ao mundo, e o grupo não sairá inferiorizado por isso, se o componente que deixa escapar a cinta (ou faixa), como o chapéu ou o barrete, ou à mulher libertar-se-lhe o lenço ou uma chinela, que interrompa o movimento da dança para recuperar a peça do traje. Seria assim que os bailadores de outros tempos, de uma forma instintiva, decerto procederiam; nunca deixariam pisar e emporcalhar aquilo que lhes terá custado os olhos da cara, na época.

Imaginemos a dificuldade de uma bailadora a concluir a dança calçada com apenas uma chinela, como muitas vezes temos visto, com os riscos físicos que isso pode trazer. E a péssima imagem que oferece o repisar constante dum lenço, dum chapéu ou duma faixa.

Se na representação do grupo está implícita a maior fidelidade dos factos folclóricos, ficará bem, também neste gesto, a retratação do acto, tão natural noutros tempos.

Que a mensagem se espalhe. Entre directores, ensaiadores e componentes dos grupos de folclore.







Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário
Gracias por su comentário
Thank you for your comment
Merci pour votre commentaire