sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Outubro 2007 - Nota Editorial : A RTP e o folclore

O folclore é decididamente um espectáculo sem valor comercial para a RTP (e quejandas). Nos estúdios, as prestações dos grupos folclóricos não merece pagamento, e ainda por cima os animadores da emissão suportam as despesas da deslocação. Com efeito, sabe-se que os programas que se preenchem ou têm a participação acidental de grupos de folclore, despertam o interesse do espectador. As audiências sobem substancialmente nas emissões da RTP Internacional quando se trata de um programa de folclore.

Apontamos dois casos que são reveladores da rejeição de qualquer comparticipação financeira pela televisão a espectáculos de folclore. Dois importantes Festivais que ocorrem nas Ilhas – Açores e Madeira – são totalmente gravados pela RTP, com enorme aparato técnico. A própria apresentação é feita por locutores da estação, particularidade exigida pela produção. Tudo é preparado para que o produto final obtenha os melhores resultados técnicos com vista às emissões a que se destinam os registos.

Incluem-se regularmente nesta “apreensão” televisa o Festival Internacional de Folclore dos Açores, organizado pelo COFIT e que decorre na Ilha Terceira, e o Festival de Folclore da Ponta do Sol, que acontece na Ilha da Madeira. Ambos os Festivais são integralmente gravados pela RTP para posterior apresentação nas Ilhas e RTP Internacional. O espectáculo de encerramento da última edição do Festival dos Açores, que teve lugar no dia 18 de Agosto, será repartido em oito programas, segundo informação que obtivemos junto dos responsáveis. E o mesmo acontecerá naturalmente em relação ao Festival da Ponta do Sol.

O Folclore é assim um espectáculo sem importância remuneratória para a televisão, mas com enorme impacto nas audiências. Isso mesmo é afirmado pela apresentadora da Madeira, Maria Aurora, que vê as audiências do seu programa “Atlântida” subirem quando apresenta e fala de folclore.

Ambas as realizações não são contempladas pela televisão pública com qualquer verba compensatória pelo espectáculo que oferecem. Ao invés, qualquer cantista recebe milhares de euros por interpretar duas ou três cantorias em play-bek.

Uma televisão madrasta do adoptado folclore, coisa menor, sem importância…

Até quando?


Manuel João Barbosa
jornalfolclore@gmail.com
www.jornalfolclore.blogspot.com



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