Reportamo-nos ao tema tratado na página 3 desta edição: os equívocos de alguma representação dita de folclórica. Com efeito, o rol de incorrecções, dos trajes às danças, que continuam a passear-se pelo rectângulo nacional agiganta-se perante a escassez de acertados projectos de retratação regional. Os defeitos que vimos sucederem-se em dois recintos de festa popular, organizados com intenção meritória, confirma o desnorte que continua a macular o tão maltratado movimento folclórico. Prevalece o pitoresco inventado e o tradicional adulterado.
Alguma tolice da parte de quem idealiza a formação dum pseudo “grupo folclórico” leva a que os erros se sucedam num frenesim de auto-evidência. Não há intuição sobre o que pode constituir matéria folclórica e muito menos de representação tradicional. Porque tradição é aquilo que vem do passado, que a memória guarda e se transmite em relação a um tempo remoto. É a passagem do testemunho de costumes, hábitos e usanças. Quando auto denominados “folcloristas” afrontaram este princípio e se atrevem a criar vestimentas e fardas que vestem incautos e ingénuos bailadores, como a compor músicas e danças rotuladas de “folclóricas”, deve entender-se a prepotência como um perfeito desvio cultural, e logo um engano que pode mesmo constituir uma monstruosidade.
A vaidade que possa presidir à pomposa liderança não pode sobrepor-se aos reais valores culturais populares. Sob pena de as coisas do folclore português não passarem jamais de um desarranjo cultural, dando sempre azo a uma interpretação depreciativa, pobre e sem nexo.
Manuel João Barbosa
jornalfolclore@gmail.com
Alguma tolice da parte de quem idealiza a formação dum pseudo “grupo folclórico” leva a que os erros se sucedam num frenesim de auto-evidência. Não há intuição sobre o que pode constituir matéria folclórica e muito menos de representação tradicional. Porque tradição é aquilo que vem do passado, que a memória guarda e se transmite em relação a um tempo remoto. É a passagem do testemunho de costumes, hábitos e usanças. Quando auto denominados “folcloristas” afrontaram este princípio e se atrevem a criar vestimentas e fardas que vestem incautos e ingénuos bailadores, como a compor músicas e danças rotuladas de “folclóricas”, deve entender-se a prepotência como um perfeito desvio cultural, e logo um engano que pode mesmo constituir uma monstruosidade.
A vaidade que possa presidir à pomposa liderança não pode sobrepor-se aos reais valores culturais populares. Sob pena de as coisas do folclore português não passarem jamais de um desarranjo cultural, dando sempre azo a uma interpretação depreciativa, pobre e sem nexo.
Manuel João Barbosa
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